Os estudos culturais se constituem enquanto uma prática dialógica da teoria crítica literária com conceitos operacionais das ciências humanas (identidade, hibridismo, mestiçagem, nação). A adoção da rubrica Estudos Culturais implica em um diálogo da epistemologia local com a agenda crítica internacional que, sob determinados aspectos, amplia sua gama de linguagens pela incorporação de Estudos Midiáticos, fílmicos.
O deslocamento da análise textual para as macrounidades operacionais do contexto político, cultural e histórico gera uma certa resistência e , em alguns casos uma certa animosidade (Harold Bloom), na medida em que o sistema de referências e categorias definidas são abaladas. Todavia, um debate requer pensamento no sentido oposto: quais os benefícios advindos da transposição de fronteiras disciplinares. O que os Estudos Culturais vêm suprir? Globalizar, democratizar e descolonizar a literatura.
Nos interstícios do tecido cultural, as vozes silenciadas pelo Estado-nação fazem emergir a nação no sentido performativo e não no sentido pedagógico.
Literatura é um sistema expressivo de relações do simbólico com o real. Os Estudos Culturais trazem à tona o discurso dos oprimidos.
Enquanto a vulnerabilidade da Crítica literária passa pelo distanciamento do objeto literário da problemática social, por outro viés, os Estudos Culturais têm na literatura uma fonte de dados. A oposição entre fato versus ficção na Literatura, não é tudo, na Literatura há também a questão da linguagem como um elemento importante de análise.
