Chris Rodrigues. O Cinema e a Produção. Rio: Lamparina, 2007.
1) A Produção e a Direção
A produção dá suporte
Á direção garantindo que todos os equipamentos, figurinos estejam no lugar e no momento certo para serem usados pelo diretor, quando ele necessitar em cada fase.
Produção envolve a filmagem propriamente dita (e o trabalho anterior de preparação) captação de som e imagem, envolvendo os atores sob a supervisão do diretor. Produção é tudo que envolve fazer um filme, inclusive planejamento e captação de recursos. Etapas: desenvolvimento (definição roteiro e recursos), preparação (necessidades), pré-produção (levantamento da preparação), filmagem (ou produção) e finalização (forma final do filme).
Produção e direção são duas etapas imprescindíveis na execução de um filme cujos fatores básicos são: roteiro, imagem, luz, efeitos, sonorização e montagem (edição, quando em vídeo).
2) O Diretor
É responsável pelo resultado final das imagens no sentido artístico. Sua função é apresentar a cena da melhor maneira possível, posicionando a câmera para capturara aquilo que importa (ação e detalhes). Orquestração da ação filmada de forma que a ação e os diálogos correspondam a uma certa visão de roteiro, criativamente transformando o cenário em ação luz e som. Preparação é uma fase crucial, o roteiro técnico, resultado de uma decupagem de direção (visualização dos filmes através de planos), planta baixa do set de filmagem, com plano de movimento dos atores e o storyboard são de suma importância.
3) O trabalho do diretor
Decupagem de direção: diagrama representando planos, visão de filmagem, movimentos de câmera, ângulo definido pela lente, fornece uma visão geral do filme de uma só vez. Esses diagramas formam a base do roteiro técnico, que é o roteiro de trabalho da equipe técnica.
Planta baixa: define o movimento dos atores, câmeras, planos e lentes.
Storyboard: desenhos ou representações gráficas do roteiro de trabalho que mostram os planos principais, o enquadramento, ângulos, campo de visão, movimento dos atores (feito pelo diretor de arte).
A função do diretor é instruir a equipe técnica sobre como filmar cada plano, controlando o movimento dos atores em cena e a atuação (assessorado pelo diretor de fotografia), administrar o movimento das pessoas envolvidas, atualizar-se sobre o orçamento e administrar pressões de diversas partes. Mexer no roteiro, reescrever se necessário, tirar o máximo da interpretação dos atores, supervisionar o desenho do set figurino, controlar e assegurar-se da iluminação perfeita. Trocar o elenco, acompanhar o copião (primeira montagem). Supervisionar a montagem, música e finalização.
No sistema industrial de produção poucos diretores têm direito ao corte final, geralmente reservado aos produtores que, através de pré-apresentações e pesquisas (sneak preview) sabem oferecer ao público o que ele quer. Todavia se na montagem são encontrado buracos na ação, é o diretor encarregado da filmagem dos pickups (planos adicionais), para cobrir eventuais erros de filmagem. No início do cinema, a carreira de diretor não era muito levada em conta, poucos eram capazes de se destacar. Fazer um filme dentro do prazo e do orçamento é uma das qualidades mais procuradas em um diretor. Muitos diretores também são produtores de um filme, pois se interessam pelo projeto e por cuidar da fase inicial de desenvolvimento.
Edwin Porter revolucionou a linguagem do cinema com O Grande Roubo (1903) mexendo na montagem (duração). No entanto foi Grifith que deu continuidade no processo de criação da nova linguagem. Ele criou quase todas as técnicas de cinema que usamos até hoje: aproximação gradual (aumento da tensão), closeup (chamar atenção para o detalhe), split screen mostrando duas ações paralelas, etc.
